quinta-feira, 24 de outubro de 2013

UMA ODE AO RESPEITO.

AMOR DE BRAÇOS ABERTOS.
No universo já se respirava a magia. Ontem, durante o dia, não se sabe bem porquê, já pairava uma absoluta convicção no ar. Milhares de flamenguistas, extremamente confiantes, voluptuosamente já haviam esgotados seus ingressos e ardilosamente enrustidos, começavam a captar espaços destinados para os botafoguenses, que da mesma forma, místicos por natureza, já anteviam que a lógica pousava em férias. A derrota no clássico, ocorrida na semana anterior, parecia tão distante como a chegada do homem à Lua. O ser desprovido de sensibilidade inata não conseguia compreender a razão da eloquente fé rubro-negra que contagiava o Rio de Janeiro. Não havia razão para se exalar tanto otimismo para aqueles que não foram afortunados com o dom da premonição, porém a grande massa que fora abençoada com a graça de torcer pelo Flamengo, imponente e destemida, ia ocupando convicta todos os pontos estratégicos do palco do templo sagrado do futebol mundial.
Maracanã, 22 horas de 23 de outubro, quarta-feira santa, pois santos são todos os dias, em especial, aqueles que registram mais uma página da epopeia rubro-negra de torcer sem consequência e amar sem limites. Entra em campo uma trupe de guerreiros que se não foram todos munidos de especial virtude artesanal, foram designados pela Glória Divina para honrar um manto de fé que lhes cobre o peito nas arenas de guerra imaculada do esporte bretão que comemora o sesquicentenário de vida e paixão mundial. Há 150 anos, numa reunião de nobres ingleses, nascia o futebol. Ontem, os deuses do esporte resolveram brindar o aniversário deste vício bendito e inconsequente que nos faz delirar de emoção mesmo com juízo e razão. 
Rola a bola, o coração acelera, a galera entoa seus cantos de amor. A sinergia realizada entre a torcida e seus representantes campais é perceptível até pelas lentes frias das redes de televisão. Não há menor espaço para pessimismo ou incredulidade nas hostes vermelho e pretas. 
O espetáculo de superação se inicia flamejante. Paulinho, de uma hora para outra, resolve nos homenagear com a lembrança em vida no nosso Júlio César, o "Uri Geller", que entre outros feitos, roubou a festa do dia em que Pelé, o Rei, jogou ao lado de Zico, o Príncipe, e corou o seu reinado vestindo com galardia a camisa condecorativa do futebol, o uniforme do Flamengo. Insinuante, atrevido, lépido como um guepardo, Paulinho incendiava a torcida e ensandecia os rivais. Felipe, príncipe negro galante, trancafiava as entradas do seu castelo de rendas sob sua guarda implacável. Hernane, "El Brocador", o mágico de um toque só, oportuno, sagaz, implacável e cirúrgico, em apenas três toques angelicais e precisos cravava seu nome na história e rogava lugar no Paraíso. Fazer um gol com a camisa do Flamengo no Maracanã lotado é uma benção que leva o homem ao céu. Fazer três, na mesma noite, contra o adversário mais concorrido do momento, eleva um homem ao lado de Deus. Léo Moura, o moicano decano, o "El Cid" da Gávea, comemorava mais um ano de vida sacramentando a obra de seus pares e generoso, nos presenteou em sua festa a estufar a rede combalida do rival em fuga.
4x0. O placar, apesar de importante como ata da efeméride, já não nos dizia mais nada. O que ficará eternizada na nossa memória á a ressurreição  da certeza de que jamais poderão nos ultrajar. Não se subestima o manto sagrado que incorpora no mortal e lhe transforma em lenda. 
Não vou tripudiar dos torcedores botafoguenses. Não há menor necessidade para isso. Eles também tem na paixão, a razão maior da sua opção. Prefiro me render a humildade singela de nosso novo comandante, Jaime de Almeida, que em detrimento dos holofotes, correu para os braços do neto, como se preconizasse que durante muitas gerações esse amor continuará sendo transmitido como legado de pai para filho. Essa é uma corrente humana que não se explica nem se decifra. É o amor em uma das suas mais enigmáticas versões se multiplicando pelos poros da raça humana.
Obrigado, meu Flamengo. Que orgulho eu tenho de pertencer a essa Nação que faz da vida um espetáculo ainda mais maravilhoso.
Aos torcedores rubro-negros, a minha sincera homenagem. Partilhar com vocês esse amor sem ciúmes me dá um prazer inenarrável e infinito. 
Certamente vão dizer que não ganhamos nada, mas nós, só nós, sabemos que ganhamos tudo que queríamos e merecíamos: RESPEITO. É bom, e eu gosto.

8 comentários:

  1. ATÉ,
    QUE O FLAMENGUINHO GANHOU UMA,ISTO É SÓ P/ DA RENDA PODE TER CERTEZA QUE NA PROXIMA RODADA VAI LEVA FERRO,VOCÊS ESTÃO AI MESMO P/ DAR DINHEIRO P/ ESTE FLAMENGUINHO NÉ JULINHO.

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  2. Espera pra ver !!! o Jaime conheçe como ninguem essa rapaziada....

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  3. E o Jonas heim? Ta desrespeitando todos os seus eleitores. Eu também gosto de respeito e de honestidade com o meu dinheiro.

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  4. O foguinho deve ter tomado chuva !!!!!!! de GOL

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  5. M E N G O O O O O O chhupa essa torcida arco-iris !!!!!!!!! esse ano caí VASCO e Fluminense !!!! vai ter classico na segundona..............

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  6. Dizem que Presidente Dilma pediu para que os jogos do Flamengo sejam todos realizados no Nordeste.

    Sabem porque???

    Para mostrar ao povo que existe coisa pior que a seca..


    Qual é blogueiro:

    Uma vitória e voce vem falar em manto sagrado?


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  7. Eo Ano Bom sofre com a infestação de pernelongos e ninguem faz nada !!!

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