segunda-feira, 29 de novembro de 2010

RIO. NOITES E VIDAS MAIS LONGAS.


POR AMOR. COM SANGUE, SE PRECISO FOR.
Nasci em Leopoldina, Minas Gerais, porém com apenas dez meses de idade, mudamos para o Rio de Janeiro, mais precisamente para o Méier. Até os dez anos de idade, foi lá que brinquei, estudei, aprendi, vivi e circulei. Pacificamente, sem problemas ou medos. Dos onze aos quinze, residi no Rio Grande do Sul, mas com quinze já estava no Rio, estudando no cursinho pré-vestibular e morando com meus tios e primas em Ipanema. Lá, aprendi a dançar, beber, curtir à noite, as praias e os amores incondicionais e efêmeros ao mesmo tempo. Tudo com muita tranqüilidade e segurança, considerando-se que estávamos numa grande metrópole e na capital cultural do país.
Com a morte de minha tia, vim no meio do ano para a casa dos meus pais em Barra Mansa, mas já no outro ano, estava eu de novo no Rio, fazendo faculdade e morando numa modesta pensão na Tijuca. Lá conheci à madrugada, a malandragem, o sexo intenso, as noitadas, e tudo de ruim e de bom que a juventude oferece. Mesmo num ambiente mais delicado, a insegurança não nos amedrontava nem nos repeliam às aventuras.
Depois de estabelecido em Barra Mansa, não abandonei o Rio, e vira-e-mexe estive lá trabalhando e na maioria das vezes, me divertindo. Não foram poucas a s vezes que sai à noite pela Dutra nos finais de semana e voltava direto ou esticava no outro dia nas praias. Meus carnavais também tiveram belas passagens no Rio, onde desfilava eventualmente na diretoria da minha Portela. O Maracanã, as boates, os bares, os motéis, os restaurantes e as praias foram intimas de minha vida em passagens alternadas.
Esse ritmo vem diminuindo constantemente. Assim como qualquer cidadão, a insegurança me assolou, e assistimos entristecidos, as noites terminarem mais cedo, assim como milhares de vidas.
Por isso, fico imensamente feliz em ver a reação da cidade e dos órgãos de segurança pública neste momento. Não importa agora, quem são os culpados ou as origens. Pouco importa também se a reação foi demorada, e muito menos quem é o pai da criança. O que importa, e está sendo feito com maestria, é a organização da sociedade contra o tráfico, que insatisfeito com o mal que causa diretamente, ainda dominou diversos segmentos da sociedade em prol do seu poder absoluto.
Assim como qualquer cidadão de bem que ama o Rio de Janeiro, estou feliz em ver a ação que está sendo desencadeada com êxito contra esses parasitas da vida alheia.
Quero as noites mais longas, assim como a vida das pessoas.
O Rio merece. Nós merecemos. A vitória é do amor, mesmo que com sangue, se preciso for.

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