quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

OLHO VIVO.


GATO POR LEBRE.
Eu tinha quatro óculos de sol em condições de uso. Um Prada, um Sky, um Guga e um cafonérrimo, branco, que comprei de um vendedor de bugingangas em Ilhéus só para tirar onda e combinar com a sunga. Conde também tem seu dia de brega. No dia do aniversário do meu grande amigo e paizão lula, resolvi lhe comprar um Ray-Ban de presente. Na loja, uma das mais conceituadas em Barra Mansa, exerci um conselho dado por um padrinho de casamento que não vejo há anos, o Batista, que intimamente em minha cabeça chamava de Sinhozinho Malta pela semelhança com o memorável personagem interpretado por Lima Duarte na antológica novela Roque Santeiro (para mim, a melhor de todos os tempos).
Pois bem, voltando ao assunto para não acabar escrevendo outra novela, Batista me falou que jamais tinha dado um objeto de presente para terceiros que ele não tivesse para si próprio. A lógica dele era sensata: Voce não pode dar aquilo que não tem.
Pensei nele e comprei um Ray-Ban para mim também e já tem um mes que estou usando-o frequentemente e dei licença-prêmio para os outros quatro, evidentemente que não em pecúnia, pois nenhum deles se chama Roosevelt e eu não sou a prefeitura de Barra Mansa, opa, outra novela....
Dias atrás estava conversando com um amigo que tem como profissão o mercado de lentes e ele me confidenciou que estava impressionado com o excessivo número de falsificações nesse mercado, inclusive exercido por lojas de renome nacional. Ele para o exercício de sua profissão carrega uma máquina digital, se não me engano de fabricação italiana, que mede instantaneamente o grau de proteção dos óculos de sol. Funciona mais ou menos assim: A máquina ao aferir a lente tem que acusar o índice de 400, que é o mínimo grau obrigatório de proteção. Acima de 400 ela não acusa, mas abaixo disso prova que o óculos não tem a proteção recomendada para a saúde ocular.
Curiosos, eu e os amigos em volta, pedimos para testar os nossos óculos. O amigo, gentilmente foi em seu carro e pegou a engenhoca enquanto nós nos dirigiamos aos nossos para pegarmos os óculos que possuiamos. Por sorte, carrego todos os cinco no meu carro.
Para minha surpresa e perplexidade, todos os antigos quatro óculos, inclusive o vendido pelo camelô de Ilhéus emplacaram 400 na bucha, e o único que não atingiu o ínidce mínimo foi o caríssimo Ray-Ban.
Segunda-feira me dirigi a loja, que por enquanto não terá o nome citado e localizei a vendedora, que evidentemente não tinha culpa nenhuma no cartório. Ao expor o meu problema lhe falei que eu poderia adotar outros procedimentos como acionar a Comissão de defesa dos direitos do consumidor, requerer meu dinheiro de volta, acionar o tribunal de pequenas causas, dar publicidade ao ocorrido, pedir indenização por danos materiais e físicos, enfim, medidas oportunistas que não são de minha alçada, mas eu simplesmente só gostaria de possuir pelo que paguei, ou seja, ter um legítimo Ray-Ban.
A gerente da loja foi chamada e foi taxativa em falar da credibilidade da sua empresa, blá-blá-blá... e me pediu para deixar os óculos para serem testados. Evidentemente que neguei pois eles eram a minha única garantia.
Antes de ontem uma diretora da matriz da loja tentou me convencer da credibilidade da sua empresa e lhe retruquei falando que se duvidasse da mesma não teria a escolhido, mas eu não queria explicações, apenas um Ray-Ban legítimo.
Engraçado é que ele me falou para ir na loja e escolher outra marca qualquer de valor compatível.
Por que ela não me ofereceu outro Ray-Ban?
Assim que essa novela terminar prometo contar o desfecho e dar os créditos devidos.
Por enquanto só posso afirmar que o povo não é bobo, morou?

2 comentários:

  1. Nossa!! Júliooooooooooo O Paraguai invadiu geral.Mas, por favor, o Brasil é um dos poucos países em que a defesa do consumidor funciona! Aqui em Portugal se vc reclamar quase apanha!! hahahah, mas tem a vantagem que o Paraguai é bem longe daqui, mas pensando bem aqui foi invadido pelo made in China, que por sua vez puxou os olhos lá pro Paraguai!! Viva o camelô, que pelo menos tem proteção UVA e UVB, essa novela toda é pra pedir que não deixe de buscar seus direitos... é muita cara de pau desse povo!!!

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  2. Júlio,

    Tenho um Amigo, em Barra Mansa, que está há anos no mercado, de uma família muito conhecida, sempre com as mesmas lojas, mantendo um excelente nível de atendimento e primando pela qualidade de seus produtos!
    Reservadamente, de vez em quando comentamos de algumas óticas que abrem e abrem novas lojas em tudo quanto é canto e questionamos quanto à qualidade dos seus produtos, uma vez que produtos como o que você adquiriu são caros e com uma margem de lucro limitada!
    Se pararmos para ver, tem mais ótica hoje no centro do que farmácias!!!
    É preciso que fiquemos atentos, pois há uma enxurrada de produtos falsificados por aí!
    Abs.

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