CACHÊ GORDO.

IMPORTANDO SUSPEITAS.

Uma das reivindicações dos manifestantes que estão ocupando a Câmara de Vereadores de Volta Redonda é uma abertura de uma CPI imediata para apurar supostas irregularidades na gestão anterior do prefeito Antônio Francisco Neto na área de cultura. Acertaram em cheio. Para ser sincero, até creio que o prefeito foi inocente no assunto, pois do alto de sua arrogância administrativa, ele pensa que tudo sabe, tudo vê e de tudo entende, e foi por aí que diversos "malandros" se deram bem. Como tenho razoável conhecimento sobre o mercado, cheguei a ficar assustado por diversas vezes quando Neto anunciava com todo orgulho, nas mesas de jogo em que eu participava na cobertura de seu prédio residencial, o valor pelo qual tinha contratado artistas para o "CULTURA PARA TODOS". Tinha casos que chegava a ser cômico se trágico não fosse. Tudo me leva a crer que uma rede de supostos "amigos" e "colaboradores" induziam Neto a crer que tinha feito ótimos "negócios", quando na verdade se fartavam em "gratificações" para vender "gato por lebre". Esse mercado de "show business" é muito dinâmico e basta uma canção bem sucedida numa novela da Globo ou algumas aparições nos programas especiais da emissora para fazer os cachês oscilarem em velocidade frenética e portanto fica difícil exemplificar com parâmetros justos e atuais, mas tem um caso que não sofreu essa influência e que aconteceu próximo a mim. Como estava fazendo eventos bem sucedidos na boate "Porão", o empresário Elias Salume nos chamou para co-produzirmos a festa de aniversário do Complexo Casarão. Em nossas mãos tínhamos uma proposta da banda americana "The Platters", onde seus "herdeiros" (apenas um remanescente) estariam numa excursão "caça-níqueis" pelo Brasil. Cheguei a comentar com o prefeito que provavelmente ele receberia uma proposta para realizar esse show no Cine 9 de abril, mas solicitei que declinasse, posto que já estávamos pré-agendados com o empresário local da banda. A informação surtiu efeito contrário e deve ter servido como incentivo, pois poucos dias após Neto contratou o "The Platters" para tocar numa terça-feira pelo valor de R$50 mil reais. A proposta que tínhamos em mãos, para o mesmo show, só que realizado num sábado (data mais valorizada por todos os artistas) era de R$15 mil. E não adianta virem com a ladainha que no projeto "Cultura para todos" eram realizados dois shows por noite, pois todo mundo sabia que o tempo de duração de atividade era o mesmo de um show normal, visto que os shows no cinema eram visivelmente reduzidos para serem realizados em duas sessões. Esse é um caso clássico que tenho como comprovar, mas existiram outras aberrações, como Marina Lima, entre outros.

A bem da verdade, Neto acordou atrasado, mas acordou, e foi justamente nessa pasta onde fez as suas mais significativas alterações desde o seu primeiro mandato, mas isso não exime a administração de culpa pelos erros para os quais provavelmente foi induzido a cometer.

O que acho estranho é que algumas das pessoas que participavam dessas operações hoje desfilam nos corredores da Prefeitura de Barra Mansa, porém afirmo: estou atento. Aqui, não! Jonas só será enganado se quiser, e creio,  não quer.