O BALTAZAR E O ZÉ BAITA AZAR.

SE NÃO É UMA BELA HISTÓRIA, PELO MENOS É UMA HISTÓRIA DE BELEZA.

Depois de 10 anos, Barra Mansa volta a ter uma representante no concurso Miss Estado Rio de Janeiro. 10 anos. O mesmo período que essa turma administra a cidade. Nestas duas últimas semanas, vimos o prefeito Zé Renato sair em todas as colunas sociais ao lado de nossa linda Miss, minha querida amiga Mayara. Isso seria muito legal. Seria, pois pelo que se sabe, logo após a sessão de fotos e sorrisos forjados, o prefeito simplesmente ignorou a moça e a sua missão de representar nosso município à nível estadual. A prefeitura de Barra Mansa não está oferecendo nenhum apoio à candidata que graças à sua família e amigos, tem se preparado para defender um dos poucos orgulhos que restaram para nossa cidade, que é a beleza inquestionável de suas mulheres. Pelo que consta, se não fosse o apoio da Gless, do vereador Elias da Corbama (após a publicação o vereador pediu para mencionar os vereadores que lhe ajudaram nessa gentileza, que foram Sônia Coutinho, Leiteiro, Baianinho, Maurício e Vicentinho. Aproveitamos o azo para informar que o vereador Lula cedeu a locação de uma Van de 28 lugares para engrossar a torcida da nossa Miss no concurso estadual), e de alguns beneméritos, nossa candidata não teria como nos representar condignamente.

Quero ver se a Mayara sagrar-se vitoriosa. Certamente ele vai fazer questão de recebe-la em carro aberto e desfile público como é o perfil do Zé da Anunciação. Falo isso com propriedade pois já testemunhei algo similar.

Em 1996, durante um pequeno período em que residi em Volta Redonda, eu e meu amigo Fábio Matheus, resolvemos reinventar o concurso Miss Volta Redonda, e o fizemos em grande estilo. Não se tratava apenas em patrocinar uma candidata escolhida à dedo, mas realizar um concurso para escolher a representante da cidade. Encampamos a ideia e fomos à luta. Tivemos apoio de vários segmentos, onde destacou-se o presidente da Câmara Municipal da época, vereador Gibraltar Vidal.

Com muito esforço, cadastramos 15 candidatas, alugamos as dependências do Clube dos Funcionários, vestimos e maquiamos todas as meninas, contratamos o ator global Hugo Gross para apresentar o concurso e para fazer o show da noite contratamos a banda regional que fazia sucesso na época, os Garotinhos da Diguy Video.

Da sociedade local, escolhemos jurados qualificados para dentro dos padrões oficiais do concurso Miss Brasil, escolherem a representante de Volta Redonda no concurso Miss Estado do Rio de Janeiro. Da prefeitura, administrada pelo prefeito Paulo Baltazar, só recebemos desprezo e ironia.

Nesse período de preparação do evento, durante um almoço com o então presidente do Clube, Dr. José Mauro, percebi nas dependencias inferiores do clube, uma moça perguntando pelo meu nome. Interrompi o almoço e falei para o José Mauro: -Presidente, minha intuição me diz que a futura Miss Brasil vai subir e procurar por mim. A moça em questão chamava-se Carolina Muller, e de fato veio em minha direção apresentando-se e mostrando seu desejo de candidatar-se ao título municipal. Realizado o concurso, os jurados não tiveram dúvida em proclamá-la Miss Volta Redonda numa noite memorável.

Escolhida nossa candidata, novamente batemos a porta da prefeitura solicitando apoio para suas necessidades durante o processo de preparação para o concurso Miss Estado do Rio. Novamente o prefeito fechous as portas e nos ofereceu o mesmo desprezo e ironia.

Pouco dias depois, nas dependencias do Scala Rio, mesmo enfrentando candidatas belíssimas, Carolina Muller foi eleita Miss Estado do Rio de Janeiro.

Não sei como, mas antes mesmo de Carolina chegar à sua casa, o prefeito Baltazar já desfilava em carro aberto com nossa Miss pelas ruas da cidade.

Para encurtar a história, que teve outras inúmeras facetas, Carolina, com nosso apoio possível, representou o Estado do Rio no Miss Brasil. Toda a imprensa à creditava como a mais forte concorrente ao lado da Miss Roraima, Aline Maria, que também era belíssima. Glória Maria, repórter do Fantástico, já havia até agendado comigo uma entrevista exclusiva com Carolina após a sua proclamação. Porém, o falecido Paulo Max, organizador do concurso há mais de quatro décadas, tinha outros interesses, e o "staff" do Banco Bamerindus, do Paraná, se fazia presente nas suntosas dependencias do Metropolitan, nas mesas principais da final do evento. Não deu outra. Carolina foi sabotada na pergunta final perante os jurados e ficou com o 5º lugar. A Miss Roraima, outra forte candidata, ficou em 2º. A ganhadora? Miss Paraná, Maria Joana, que não tinha condições sequer de ficar entre as 12 finalistas. A vida seguiu, Carolina fez participações especiais na Rede Globo, ganhou outros concursos de beleza, formou-se em direito e apesar de residente em Volta Redonda, não mais encontrei essa bela piraiense que fez história em nossas vidas.
Porém, isso fica para outro papo, pois o que está em questão é a hipocrisia de alguns administradores oportunistas. Lá em Volta redonda, nessa época, tivemos o Baltazar. Aqui, hoje, seu seguidor, o Zé Baita Azar.

Sorte à nossa linda Miss Mayara. Ela vai precisar.