sexta-feira, 6 de novembro de 2009

BARRO BATUTA

FOLCLORE DE BARRA MANSA - I.

A postagem anterior me fez lembrar um causo. Conta o folclore político de Barra Mansa que há muitos anos atrás, nas acirradas brigas políticas das cidades do interior, João Chiesse e Raul de Barros era adversários ferrenhos. Num comício as vésperas eleitorais os apartidários do saudoso Raul de Barros, dono da primeira casa que freqüentei na cidade, pois era pai do meu amigo Aécio e do atual presidente da Câmara de Vereadores, Lula, encheram o bairro Cotiara com aproximadamente 5.000 assistentes. Os comícios antigamente eram uma atração festiva e um evento social. Pois bem, como o clima estava quente, Raul e seus correligionários teceram pesadas críticas aos seus desafetos políticos, inclusive usando termos muito pesados para a época com até suspeitas de masculinidade. Palavrões, segundo consta, também não faltaram. Cacete puro. Porém, como era comum, existiam infiltrados na massa, “espiões” do ofendido, que rapidamente se dirigiram a casa do líder para narrar o ocorrido. Calmamente, João Chiesse ordenou aos seus militantes que juntassem para o outro dia, no mesmo local e no mesmo palanque, outro tanto de gente para poder dar a sua resposta. E assim foi feito. Na noite seguinte, outras 5.000 pessoas se reuniram no bairro, ansiosos pela resposta do cacique político. Antes da sua oratória, diversos adeptos da política de Chiesse enalteceram as virtudes do “chefe” e deflagraram outras pesadas críticas à Raul de Barros. Porém, todos queriam mesmo era ouvir João Chiesse e o teor de sua resposta no final apoteótico do comício. Ao pegar o microfone, segundo dizem, João foi sucinto e falou:
“Amigos, companheiros, correligionários, senhoras e senhores presentes, boa noite. Este mesmo palanque ontem foi palco de um festival insano de baixarias, ofensas morais vilipendiosas, palavras de baixo calão, declarações indecorosas, destemperos inconseqüentes e injúrias covardes. Raul de Barros e seus asseclas envergonharam as senhoras e as crianças presentes com suas falas desconexas e desmedidas. Mas do alto de nossas virtudes morais imprescindíveis para os homens públicos de bem, não responderei no mesmo tom em respeito à família barramansense. Para dar um tapa de luvas nos meus opositores, responderei ao meu adversário em forma de poesia:

“ADÃO FOI FEITO DE BARRO,
BARRO DO BOM E BATUTA,
MAS ESSE TAL DE RAUL DE BARROS
Ô BARRO FILHO DA PUTA.””

Um comentário:

  1. Amigo, essa "piada" era destinada a Adhemar de Barros e não Raul. Foi criado pelo povo durante campanha do então governador de São Paulo. Fica o registro.

    ResponderExcluir

Por favor, nosso Blog não aceita mais comentários não identificados. Por obséquio, realize seu registro. Grato.