segunda-feira, 30 de novembro de 2009

FOLCLORE DE BARRA MANSA - VII


DILETO AMIGO.


Faltavam poucos dias para eleição de prefeito de Barra Mansa em 1995. Ismael de Souza que até então era o favorito disparado para a eleição, estava sendo atropelado pela campanha de Inês Pandeló, que aproveitando da inércia de Ismael e da sua auto-confiança, contava com uma trinca de publicitários extremamente criativos que hoje comprovam o seu talento nas suas atividades. O trio era composto por Geraldo Costa, dono da Duelo em Volta Redonda, pelo Elias Rafide, o popular Peça, dono da Intermídia, e do não menos competente Tande. Com uma boa sacada e graças as respostas pífias e destemperadas de Ismael, Inês subiu vertiginosamente nas pesquisas e faturou a eleição. Me lembro que quando a primeira propaganda de Inês foi ao ar, saí desesperadamente a procura de Ismael para adotarmos uma estratégia de defesa e interdição, visto que o PT de Barra Mansa estava utilizando o espaço do PT de Resende na Tv Rio Sul, de forma ilegal, quando ouvi atônito de Ismael que eu estava dando crédito a uma candidatinha que só tinha meio por cento nas pesquisas e que não havia risco algum à sua campanha. Quando ele acordou já era tarde e deu no que deu.
Mas voltando aos dias antecedentes do pleito, já que não sou de fugir da raia e tinha apostado todas as minhas fichas em Ismael, tentei criar algum mecanismo para que ainda tivéssemos alguma chance. Pensei que talvez um bom trabalho no dia e um bom desempenho no debate programado pela Tv Sul Fluminense, de propriedade na época do Dr. Féres Nader, poderiam ajudar a equilibrar o jogo. Féres que sempre teve guardado no cofrinho um bom dinheirinho, era talvez o caminho para isso. Através de um amigo comum, já que não tinha intimidade com Féres, consegui uma audiência com o Ex-deputado em sua casa. Fui atendido gentilmente e no horário previsto, acima da fila imensa que esperava para falar com o poderoso líder político. Ao ser abordado sobre o motivo da inusitada visita, fiz a minha explanação, rogando ao Dr. Féres que nos auxiliasse de alguma forma. Ele sempre monitorou o andamento eleitoral através de pesquisas e me falou que a vitória de Inês estava sacramentada. Dentro de seu raciocínio, Ismael entre suas falhas, não conseguia aglutinar forças políticas de expressão apara apóia-lo. Imediatamente o apartiei falando que não era uma verdade total, inclusive dizendo que na noite anterior tinha apresentado um comício em favor de Ismael com a presença do Ex-Governador Moreira Franco.
Aí a história precisa de um aparte. Nas hostes de Ismael, tinha um fiel soldado, o saudoso Dr. José Francisco Moreira, advogado que tive a honra de ter como amigo e colega no SAAE de Barra Mansa, inclusive na mesma época fomos colegas dos então despretensiosos engenheiros Roosevelt e Zé Renato, mas isso é outra história. Moreira era fidelíssimo ao Ismael e também já tinha tentado sem êxito o apoio financeiro do Féres, visto que o conhecia de longa data.
Ao falar que Moreira tinha estado em Barra Mansa conosco no dia anterior, Féres, sobressaltou-se, ruborizou o rosto, e começou a falar nervosamente:
- Eni, não é possível...
- Carlinhos. p... que pariu.
- Junior, olha que m....
- Julinho, meu Deus, não me diga isso...
Não entendi nada. Depois de alguns minutos, Feres já refeito do susto me falou:
- Julinho , ontem por três vezes recebi o recado de minha secretária que o Moreira queria falar comigo no telefone. Pensei que era aquela mala do Dr. Moreira e mandei tomar no c.. Insisti tanto que a secretária mandou...
Era o meu dileto amigo Moreira Franco, p... que pariu...

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