segunda-feira, 9 de novembro de 2009

PASSAGEM EM PAZ


Domingo faleceu Seu Célio Alves.


Desde cedo, nunca fui de frequentar muitas residências. Não por ser anti-social. Mas creio que o lar de cada um é o seu santuário, e só uma intimidade grande ou motivo festivo abrigam visitas residenciais. A casa do Seu Célio, há muitos anos atrás, era uma das exceções que cometia ao meu princípio. Ia lá diariamente e cheguei até a viajar junto coma família para também dormir na mesma casa, em Muriqui, no tempo em que Muriqui valia a pena. Seu Célio era casado com Tia Aida, chamada assim carinhosamente por centenas de pessoas. Era pai de Angela, Luciano e Ana Beatriz, a minha parceira de dança Bia, que hoje é casada com Dr. Luiz Carlos Amaral. E era com Bia que ensaiávamos tardes e tardes para os concursos de dança tão famosos na época. Fizemos um relativo sucesso e até hoje ainda tem gente que me chama de Julinho Travolta. Bia, até então pacata, desabrochou e de garotinha tímida transformou-se numa bela mulher. Passaram-se 30 anos, mas as recordações permanecem vivas.

Durante meses me senti membro daquela família e portanto, domingo fiquei um pouco órfão também com a passagem de seu patriarca.

Mudou o ritmo, mudou a dança, mudaram as companhias, mudaram os objetivos de vida, e mesmo com essas voltas que a vida dá e nos faz dançar o espetáculo da vida, o carinho sobreviveu. E sobreviverá mesmo após sua desencarnação.

No velório, chorei mais do que imaginava, mas ao ver Bia, minha ex-partner, kardecista militante e ciente de que esta passagemm na terra é apenas uma pequena parte da grande aula de nossa escola espitural, em absoluto estado de serenidade, compreendi que meu sofrimento deveria virar uma saudade agradável, e minha lágrimas de tristeza, deveriam se transformar em preces de encaminhamento e desejo de sucesso na vida espiritual à quem gentilmente sempre abriu as portas da sua casa e do seu coração para mim.

Obrigado, seu Célio, vá em paz, a mesma que o senhor viveu e prenunciou na sua vida. A paz pela qual lutamos juntos quando colegas na Prefeitura. A paz que Bia, sua filha legítima, sentia domingo, ao saber o destino glorioso que o espera no reino espiritual.

Um comentário:

  1. Também lamento e fica o registro que somente pelo seu "BLOG" tomei conhecimento do luto. Irmano-me aos amigos enviando minha solidariedade à família com a qual tive o prazer de conviver durante minha adolescência e juventude e pelos quais nutro carinho, respeito e admiração.Abraço do RICARDO MACIEL.

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