sexta-feira, 4 de março de 2011

FOI UM RIO QUE PASSOU NA MINHA VIDA.


NUM CARNAVAL NÃO MUITO DISTANTE...

“...aplaudam quem sorrir trazendo lágrimas no olhar, merece uma homenagem quem tem forças pra cantar, tão grande a minha dor, pede passagem quando sai, comigo só, lá vai meu bloco vai...”

“... A estrela d'alva no céu desponta,e a lua anda tonta com tamanho esplendor,e as pastorinhas, pra consolo da lua,vão cantando na rua lindos versos de amor....”

“...tanto riso, oh, quanta alegria, mais de mil palhaços no salão, arlequim está chorando pelo amor da colombina, no meio da multidão...”

“...eu não sou água, pra me tratares assim, só na hora da sede, é que procuras por mim, a fonte secou, quero dizer que entre nós, tudo acabou...”

“...Tristeza, por favor vai embora,a minha alma que chora, está vendo o meu fim, fez do meu coração a sua moradia, já é demais o meu penar, quero voltar aquela vida de alegria, quero de novo cantar...”

”...Linda morena, morena, morena que me faz penar, a lua cheia que tanto brilha, não brilha tanto quanto o teu olhar...”

“...e a gente vai crescendo, vai crescendo e o tempo passa, e nunca esquece a felicidade que encontrou, sempre eu vou lembrar do nosso banco lá na praça, foi lá que começou no nosso amor!...”

“...berço do samba e das lindas canções, que vivem n'alma da gente, és o altar dos nossos corações, que cantam alegremente...”

“...fez do meu coração a sua moradia, já é demais o meu penar, quero voltar aquela vida de alegria, quero de novo cantar...”

“...Ó jardineira porque estás tão triste? Mas o que foi que te aconteceu? Foi a camélia que caiu do galho, deu dois suspiros e depois morreu. Vem jardineira, vem meu amor, não fiques triste que este mundo é todo seu, tu és muito mais bonita que a camélia que morreu...”

“...A vitória há de ser tua, tua, tua, morenininha prosa, lá no céu a própria lua, lua, lua, não é mais formosa, rainha da cabeça aos pés, morena eu te dou grau dez!...”

"Quem me dera viver pra ver, e brincar outros carnavais, com a beleza dos velhos carnavais, que marchas tão lindas, e o povo cantando seu canto de paz."
Vinícius de Moraes escreveu estes últimos versos mencionados na "Marcha da Quarta-Feira de Cinzas", ao lado de Carlos Lyra, que refletem um pouco da nossa nostalgia em perceber que deixamos a poesia de lado no carnaval em troca de rimas fáceis e apelos sexuais. Sem querer sem careta, saudosista, rabugento, ou coisa assim, dá saudade de lembrar que a gente cantava algo que nos fazia pensar, namorar, suspirar e dividir emoções. De alguns anos pra cá o carnaval foi assaltado por músicas baianas sem consoantes, tipo: ...AEAEAEAIAOUAIEI, AIAIAIAIAIAIAIAIAIAIAIAIAIA, É O IÊ, IAIÔ, e por aí afora. Ano retrasado o grande sucesso do carnaval tinha a seguinte letra: “É O REBOLATION, TION, TION, REBOLATION, É O REBOLATION, TION, TION, REBOLATION...”. Ano passado foi a vez de Neguinho da Beija-Flor estourar com a letra...”MULHER, MULHER, MULHER, MULHER, MULHER, MULHER, MULHER....”, e esse ano o que promete usa mais palavras: ”...vou não, quero não, posso não, minha mulher não deixa não...”, que vai dividir o topo das paradas com sua desafeta: ”...vou sim, quero sim, posso sim, minha mulher não manda em mim...”
Aonde foi que emburrecemos?

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