quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

OI, QUADRILHA.


TENTÁCULOS INFINITOS DO POLVO DA CORRUPÇÃO LULISTA.

Dilma Rousseff foi sagrada candidata do PT à presidência da República no último fim de semana defendendo um suposto “Estado forte”. Aos poucos vai ficando claro para todo o mundo o que significa esse monstrinho, algo que pode ser chamado desde já de um neopatrimonialismo, ou seja, a ressurreição da velha apropriação do aparelho estatal por interesses privados.

O mais novo exemplo do que o petismo vem fazendo com o Estado brasileiro – e já demonstrou disposição para lutar com todas as suas forças para continuar fazendo – explodiu na manchete da edição de ontem da Folha de S.Paulo e alastrou-se por todos os principais jornais do país hoje: “(José) Dirceu recebe de empresa por trás da Telebrás”. Trata-se de mais um negócio escuso envolvendo o governo do PT, seus cabeças e interesses privados. Em suma (a íntegra da matéria é muito mais rica), o chefe da quadrilha do mensalão e agora um dos coordenadores da campanha de Dilma recebeu R$ 620 mil para intermediar junto ao governo do PT os interesses de uma das donas da Eletronet, empresa cuja rede de fibras óticas será aproveitada caso a Telebrás seja reativada como provedora de internet em banda larga, como prometeu Lula.
O contratante de Dirceu é Nelson dos Santos, dono da Star Overseas Ventures, empresa que em 2005 comprou parte de uma já falida Eletronet por R$ 1 (não é erro de digitação: é um real mesmo). Naquela ocasião, a Eletronet devia algo como R$ 800 milhões. Ou seja, Santos simplesmente jogou-se dentro de uma companhia dona de dívida gigantesca. A troco de quê? Com o passar do tempo, as coisas foram ficando claras.
No início de 2007, o sócio da Eletronet contratou o mágico Dirceu, (A Unidos da Tijuca pode dispensar o Paulo Barros) em razão, digamos, de seu currículo (ou será da sua folha corrida?). Terá sido para quê? Vejamos: oito meses depois, o governo Lula anunciou que pretendia fazer a Telebrás renascer das cinzas usando para isso... a rede de cabos da falida Eletronet, contratante dos serviços do chefe do mensalão – e, desde o fim de semana, novamente um dos integrantes do Diretório Nacional do PT.
Para tanto, a União precisará limpar a área da Eletronet, pagando seu passivo – uma parte já começou a ser paga com o depósito de caução de R$ 270 milhões, conforme informou a Advocacia-Geral da União. Nesta operação, Nelson dos Santos, que entrou na história desembolsando R$ 1 e investiu mais R$ 620 mil na blue chip JDIR40, pode sair com R$ 200 milhões no bolso. Até a megavalorizaçao que os papéis da Telebrás vêm tendo na Bolsa – de quase 30.000% desde 2003 – vira fichinha perto do negoção de Nelson dos Santos...

Passemos para o lado de dentro do balcão. Perguntada ontem, em Cuiabá, sobre o assunto, a candidata-ministra destilou seu costumeiro destempero: “Vocês estão insinuando o quê?”, questionou, sem nada esclarecer, ao velho estilho Chacrinha.
Não há insinuação, dona Dilma; há constatação. Há um balcão de negócios montado pelo PT dentro do governo para atender interesses privados em troca da perpetuação do partido no poder. O tal Estado forte de Dilma e do PT é um Estado vendilhão, entregue aos amigos do poder.
A ressurreição da Telebrás – que deve custar algo como R$ 15 bilhões, que sairão do bolso de cada um de nós, otários contribuintes, é apenas mais um episódio desta saga de ocupação. Houve outros, como os da Varig e, o mais escandaloso de todos, o da fusão Oi-Brasil Telecom, financiada com farto dinheiro público. “Empresários com acesso ao governo Lula garantem uma bolada sem precisar investir muito (ou nada), graças a informações reservadas e/ou ao suporte jurídico da União”, sintetiza Melchiades Filho, na Folha.
Sintomaticamente, a Oi também figura agora no episódio da Eletronet: a super-operadora gestada pelo estatismo petista também é candidata a assumir um generoso pedaço na empresa das fibras óticas da morta-viva Telebrás, conforme mostra a Folha hoje.

Os tentáculos parecem não ter fim.
E o povo aplaude recebendo esmola do bolsa-familia.

Um comentário:

  1. O deputado cassado José Dirceu publicou nesta terça-feira em seu blog o que chamou de "uma síntese dos esclarecimentos" sobre as denúncias envolvendo a Eletronet, empresa em processo de falência que o governo planejava reativar para ser usada como "espinha dorsal" do PNBL (Plano Nacional de Banda Larga).

    O ex-ministro afirma que não recebeu "uma bolada de R$ 620 mil " do empresário Nelson dos Santos, principal acionista privado da Eletronet, "mas R$ 20 mil mensais, durante 31 meses de trabalho prestado, o que demandou viagens, reuniões e muita preparação". "É trabalho, não é dinheiro fácil", ressalta.

    Ex-cliente de Dirceu controla fatia maior da Eletronet
    Eletrobrás reafirma que rede de fibras óticas pertence ao governo, e não a Eletronet
    Dilma aconselhou Oi sobre a Eletronet

    Dirceu afirma que a consultoria que prestou a Santos "foi a respeito de cenários para investimentos em países da América Latina no setor elétrico, legislação e regulação nos países latino-americanos e avaliação da situação político-econômica no continente, bem como avaliação do setor de infraestrutura na região e suas perspectivas".

    Sobre a demora em admitir que recebeu o dinheiro, Dirceu se justifica dizendo que "qualquer contrato de consultoria econômica tem uma cláusula de confidencialidade, que deve ser respeitada pelo consultor".

    "Agora que o próprio contratante deu informações à Folha sobre esse documento, direito que lhe era assegurado e sobre o que não tenho absolutamente nada a me queixar, também me sinto à vontade para fazer os esclarecimentos aqui presentes", completa.

    Segundo o deputado cassado, ele não dá "consultoria sobre questões que passem perto de envolver o governo brasileiro". "Não faço lobby, nunca fiz. Fui obrigado a retomar minha atividade profissional de advogado e a me tornar consultor após deixar o governo, em 2005, para sobreviver."

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