quarta-feira, 31 de março de 2010

MÚSICA NAS ESCOLAS.


SONHAR NÃO CUSTA NADA.

Ontem Recebi uma visita agradável e inusitada em meu Gabinete. Trata-se do Controlador da Prefeitura de Barra Mansa, advogado, músico e maestro Vantoil de Souza Junior. Vantoil teve a paciência de aguardar a visita que eu estava recebendo do meu amigo Coronel Pm Kleber Freitas. Mas como todo mundo que mexe com música é provido de paciência e contemplação, com ele não foi diferente. Ao longo de uma hora conversamos sobre o projeto Música nas Escolas desenvolvido em Barra Mansa. Não serei inconveniente de abordar todos os tópicos de nossa produtiva conversa, mas destaco alguns momentos do depoimento de Vantoil sobre o projeto:

Palavras de Vantoil:
“Não recebo absolutamente nada para desenvolver esse projeto na prefeitura, apenas meu salário de Controlador me dá respaldo financeiro. O curso que fiz na Itália com o maestro Isaac Karabtchevsky, foi pago com meus próprios recursos, sem ajuda alguma por parte da PMBM”.
“O projeto Música nas escolas, não pertence a nenhum partido político ou a político algum. O concebi para Barra Mansa, independentemente de quem estivesse à frente do Governo Municipal.”
“Não sou filiado a nenhum partido político e não o serei. Não quero que o projeto Música nas escolas seja estigmatizado com conotações político-partidárias”.
“A ONG Construindo Sonhos é presidida pela esposa do Secretário de Desenvolvimento Rural, Claudio Meirelles, e é quem dá anteparo jurídico e financeiro ao projeto, recebendo da prefeitura a média de 313 mil reais mensais, num contrato de dois anos. Desse valor aproximadamente 15 mil são gastos em manutenção e o restante é para pagar vencimentos de 170 professores e monitores e mais 80 bolsistas, além dos encargos sociais. Todos contratados diretamente, sem concurso. O Tribunal de Contas já entendeu e aprovou tal demanda”.
“O valor dispendido para compra de instrumentos para o projeto é de fato, um pouco acima da média, pois optamos, por questões de economicidade a médio prazo, por comprar instrumentos de maior durabilidade e resistência do que comprar instrumentos mais baratos que poderiam se danificar em menor espaço de tempo. A vida útil dos materiais adquiridos justificam a sua aquisição por valores um pouco mais caros”.
“A opção por fazer parceria com uma ONG foi efetuada para que tivéssemos como evitar contratações por período determinado ou concurso público, o que geraria descontinuidade profissional e qualificada do projeto”.
“Ainda tenho esperança de fechar o ano fazendo uma exibição da Orquestra Sinfônica de Barra Mansa num teatro a ser inaugurado na cidade. Não importa aonde, o importante é tê-lo. O parque da cidade poderia perfeitamente abrigar um recinto deste porte”.
“Sonhamos com o patrocínio do Bradesco, pois na parceria no Natal da Lagoa, cremos que isto ficou possível. Tal apoio evitaria o gasto pela Prefeitura e nos permitiria buscarmos a excelência plena na Música Clássica.”

Conversamos mais, muito mais, e Vantoil concordou comigo em gênero, número e grau, quando apregôo que o projeto Música nas escolas precisa de anteparos periféricos. O entorno desse grandioso projeto é uma cidade que respire música, tenha opções culturais, tenha vida em abundância, tenha liberdade para juventude, tenha incentivo a todas as manifestações artísticas, não haja preconceito musical e que os estabelecimentos comerciais pares de sofrer perseguições quando executam música ao vivo. Entendemos ambos, que os milhares de jovens que estão desde tenra idade, aprendendo o gosto aprofundado pela música através do projeto Música nas escolas, vão precisar encontrar uma cidade culturalmente democrática e ativa, caso contrário, ou se rebelarão contra a própria sociedade, ou amargurarão traumas internos, ou desenvolverão aptidões em outros lugares ou optarão por não mais residir aqui. Entendemos tanto eu, quanto Vantoil, que o projeto Música nas escolas é maravilhoso, mas para seu êxito pleno, ele precisa de início, meio e fim. E com a política cultural insossa, sombria e elitista hoje desenvolvida, não chegaremos ao patamar desejado.
Fechamos nosso papo, com dois compromissos assumidos:
Eu, de divulgar e dar força ao projeto. Aceito de pronto.
Ele, de marchar junto conosco pela retomada de nossa vida sócio-cultural, com apoio aos músicos, apoio aos comerciantes, apoio aos empresários culturais, enfim lutando pela felicidade de nossa juventude. Ele topou e eu acredito nele.
Fim de papo.

Em tempo: Vantoil é Controlador da Prefeitura e eu da Câmara. Ele não é prefeito e eu não sou vereador. Apenas estamos próximos do Poder, e essa proximidade nos permite sonharmos com um mundo melhor, mas nossos cargos são técnicos e não executivos.
Seria muito bom que o prefeito Zé Renato rompesse com a ditadura do silencio absoluto que assola Barra Mansa e encampasse a nossa idéia.
Sonhar não custa nada. Além de música nas escolas, queremos música na alma.

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