segunda-feira, 29 de março de 2010

TENDE PIEDADE.


MORRE UM POUCO A POESIA.

Um dia, pediram para que eu escrevesse uma coluna jornalística. Solicitaram também que eu usasse um pseudônimo para que as pessoas não soubessem de onde viriam tantas informações privilegiadas. Tipo a Gabi, mais ou menos, só que era num jornal. Escolher um apelido não é tarefa muito fácil, principalmente para quem já recebeu toda a sorte de apelidos. Alguns elogiosos, mas a maioria jocosos, tais como Marta Rocha, Vanusa, Zé Bonitinho e por aí afora. Nunca me preocupei com apelidos, pois sempre fui muito bem resolvido nas minhas convicções e preferências pessoais, mas a questão era outra, eu tinha que arrumar um pseudônimo profissional. Existia uma pessoa que sabia tirar leite de pedra e poesia do cotidiano. Essa pessoa conseguia enxergar beleza e does nas coisas mais simples de nossas vidas. Do futebol então, ele tirava lições de vida e versos inspiradores. Se auto intitulava o Marques de Xapuri. Em homenagem a ele, escolhi também um título monárquico, e como antigamente o valete do baralho, era chamado de Conde, e como aficcionado pela mágica das cartas, não tive dúvida: Conde seria o primeiro nome de meu pseudônimo. O homenageado, milhares de quilômetros-luz a minha frente em todos os requisitos literários e pessoais, especialmente na elegância das palavras, faleceu hoje pela manhã, e com ele morre um pouco do que sobrou de minha parca poesia. Perdemos o último poeta da imprensa esportiva. Sobrou-nos Miltons Neves e Netos da vida. Um pouco de castigo divino, e Deus misericordioso, deve ter-nos em má conta ultimamente.
Vá em paz, mestre Armando Nogueira, e ao lado Dele, interceda por nós...

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