terça-feira, 26 de janeiro de 2010

CELEBRARE E EU, UMA HISTÓRIA COM FIM. TALVEZ.


MINHA HISTÓRIA COM CELEBRARE.

Frequentei muita discoteca. Tive o prazer de conhecer e dançar muito na “New York City”, “Papagaio”, “Mikonos”, “Marrakesch”, “Tropicana”, “Dancin Days”, “Hippopotamus”, entre outros “disco clubs” do Rio de Janeiro. Arrisquei muitos passos de dança e ganhei alguns concursos, que me renderam o apelido de “Júlio Travolta”, bem antes dos “Cacos Antibes”, “Martas Rochas”, e tantos outros que vieram pela minha vida e que jamais me incomodaram, talvez por isso não emplacaram.

Aqui na região também tivemos a saudosa “Trapus” e o “Porão”, que sobrevive até hoje com outra cara.

O que eu achava mais interessante na "febre disco", além da elegância dos frequentadores, mesmo os jovens, era a alegria espontânea que observava nas pistas e nos arredores. As gangues se desarmavam e a gente só vivenciava era muito sorriso, alegria e beijo na boca.

Ao som de Donna Summer, Bee Gees, Stevie Wonder, Tina Charles, Gloria Gaynor, Village People, Frenéticas, entre outros “monstros" da discomania, vivi intensos prazeres e roubei centenas de beijos.

Depois foram criados novos movimentos e resignado, aceitei com nostalgia. Mas sempre prestigiei os eventos tipo “Dancin days”, que matavam a nossa saudade em parte.
Foi num desses dias nostálgicos que um amigo me falou que no SESC-Barra Mansa, estava se apresentando uma banda carioca que tinha feito um sucesso danado antes do show do Barry White no Rio, e que essa banda, composta de músicos virtuosos, tinha como mote a “dance music”.

Corri para lá e foi amor à primeira vista. Só deu tempo de vê-los executarem as saideiras, mas deu para gostar de imediato.

Meses depois o Júnior Nader realizou dois shows com a banda na Penedo Dance House. Esses dois eu vi completo e carimbei a minha admiração. Depois disso foi a vez do Salume leva-los para tocar no Porão. Foi lá que mantive o meu primeiro contato pessoal com a rapaziada da banda. Passado mais algum tempo, na melhor festa de aniversário de todos os tempos no interior, a comemoração de 80 anos do Thomé de Volta Redonda, assisti o Celebrare mais uma vez, desta feita, em forma de baile. Foram mais de quatro horas de Celebrare. Nesse dia, fechei com o Marco Manela, cantor e “dono” da Banda, que poderíamos realizar parcerias visando um evento em Barra Mansa.

E assim foi feito. Realizei no Clube Municipal, meu primeiro evento com o Celebrare. Nesse dia também lancei oficialmente o meu CD de mensagens. A casa estava cheia e apesar da acústica ruim do Ginásio, o show foi memorável e ficou estabelecida a parceria. Fui convidado de honra para o show deles no Canecão e tive o prazer de já trata-los como amigos de longa data. Mais algum tempo depois realizamos outro show no Municipal, esse não com muito êxito, mas antes disso intermediei mais duas apresentações da banda. Uma na Ilha São João, numa formatura de novos bacharéis de direito (uma das melhores formaturas que já presenciei) e uma outra numa festa beneficente no Clube do Recanto, onde o recente e precoce falecido Clélio do Alho, bancou o show revertendo a renda do “leilão” para uma instituição de caridade da cidade. Digo leilão, pois o motivo da festa era um leilão de camisas de famosos jogadores de futebol do passado. Adivinhem quem foi o leiloeiro? Esse mesmo que vos posta. O Clélio me botou nessa roubada, mas no final, arrecadamos quase vinte mil reais em venda de camisas que só tinham valor sentimental para torcedores apaixonados. Só a do Rivelino, fiz o falecido Dumar do cartório pagar quatro mil reais. Minha carreira de leiloeiro estava inaugurada e automaticamente encerrada. Mas valeu a experiência. Não preciso dizer que minha “comissão” também foi para a Instituição de caridade.

Bem, passados mais alguns anos e depois de ter assistido a Banda mais umas seis vezes em Resende, Volta Redonda e no Riosampa, resolvi apostar no grupo novamente. Realizamos um show épico no Ilha Clube e esse foi o que nos deu maior retorno financeiro. Estava tudo perfeito e apesar das vinte e oito autorizações que tive que conseguir para realizar o show, por intransigência da prefeitura, foi um sucesso.

Marco Manela, Silvia Galhardo, Edu Lissovsky, Emerson Mardine, entre componentes da banda, já tinham se tornado nossos amigos de “infância”, além da equipe dos bastidores da banda que também sempre me foi excessivamente gentil. Porém, um belo dia, atordoado pelo ritmo das campanhas políticas paralelas ao evento, fui forçado a cancelar um show da banda previsto para a PET dos Funcionários. A amizade se encerrava por aí.

Marco Manela, na qualidade de bom judeu e empresário, não aceitou minhas justificativas e deixou registrada sua decepção. Mesmo inocente, creio que fiquei com uma dívida moral com a banda. Não esperava que o ECAD, ao cobrar uma taxa absurdamente cara, inviabilizasse a realização financeira do evento. Não me restou alternativa a não ser cancelá-lo. Eu compreendi a revolta do Marco, afinal eles vivem disso, eu não. Foi a razão por ter abandonado o ramo ou “hobbye” de empresário artístico. Sempre gostei de fazer as coisas bem feito e dessa vez, mesmo involuntariamente, não consegui.
Mas meu carinho pela banda permanece, e sábado, antes de sair do hotel que estava hospedado, tive uma grata surpresa ao vê-los cantando ao vivo para todo o País, na festa noturna do BBB 10. Me senti como se ali estivesse junto com eles e galgando um reconhecimento maior pela mídia. Conhecendo Marco como conheço, percebi que sua voz estava embargada por nervosismo e ansiedade.
No estado do Rio, o Celebrare já tem a sua história e o seu fã-clube, mas no Brasil como um todo, ainda são desconhecidos do grande público, apesar de algumas outras participações em programas de menor expressão.

Em todos os quase vinte shows que vi ou produzi do Celebrare, a emoção de ver uma época tão maravilhosa ressurgindo na minha frente não teve preço. E espero que em todo o País, várias pessoas possam reviver esses momentos com tanta qualidade como é oferecida pela Banda Celebrare.
Celebra Celebrare, vocês vão chegar ao ponto de carreira que merecem.
Do amigo eterno, mas agora só na qualidade de fã,
Julinho Esteves.

Um dia, certamente, vou ter a oportunidade de sanar minha dívida moral.

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